Diante destas ponderações, ele aponta um desafio para os movimentos sociais: processar as informações e convertê-las em "novas razões e motivações para mobilização":
Será necessário establecer uma articulação orgânica entre o fenómeno Wikileaks e os movimentos e partidos de esquerda até agora pouco inclinados a explorar as novas possibilidades criadas pela RTI.A publicação de informações à torto e à direito não significa por si só um avanço na democracia e muito menos na democratização da informação. O que pode ser comprovado com o caso dos telegramas publicados pelo Wikileaks sobre o MST. O caso também mostra que os movimentos sociais precisam assumir uma postura mais ativa diante das "mudernidades" da internet, não podem ser reféns das acusações espalhadas na rede.
Embora os movimentos sociais em geral estejam visivelmente atrasados quanto às "revoluções das novas tecnologias da informação", existe em andamento um esforço para se pensar a comunicação na web de forma estratégica e comunitária.
Apesar de o número de organizações sociais que possuem sites e perfis em redes sociais seja grande, a utilização destas ferramentas ainda tem se dado de forma pouco pragmática. Mas é justamente um esforço para reverter esta situação que se percebeu no "Encontro Internacional Construyendo una Agenda Democrática en Comunicación", realizado de 13 - 15 de dezembro de 2010, em Quito.
No documento publicado ao final do encontro nos deparamos com um esforço de colaboração na utilização da internet como forma de difundir contra-informações, contribuindo para a democratização da comunicação.
Além de uma agenda temática comum e ampla para 2011, de apontamentos quanto a necessidade de fortalecer laços com os setores acadêmicos, de angariar recursos e da capacitação de comunicadores, o texto ainda faz apontamentos sobre uma metodologia de ação coletiva na internet. Existe um reconhecimento por parte dos meios alternativos de tomar parte da linguagem digital, de utilizar ferramentas como as etiquetas (palavras-chave), o RSS e os links. Além disto, vêem no Twitter uma ferramenta estratégica.
Sem dúvida estamos na direção correta. Agora, os movimentos e meios presentes no encontro, precisam aprender a com as ferramentas da web a desburocratizar a comunicação e possibilitar/incentivar a colaboração dos que não estavam presentes no encontro.